Jovens catarinenses investem em mestrados nos EUA para ampliar carreira acadêmica e científica

Santa Catarina segue firme na tendência nacional de crescimento de pesquisadores brasileiros buscando formações avançadas no exterior. Dados recentes indicam que já são cerca de 90.000 brasileiros estudando fora do país, muitos deles em programas de mestrado nos Estados Unidos. O estado, referência em inovação e pesquisa, também tem destaque nessa mobilidade internacional, com alunos de universidades federais participando de intercâmbios, estágios embasados em projetos científicos e pós-graduação acadêmica.

A UFSC, por exemplo, mantém convênios com instituições americanas que permitem troca de docentes e estudantes de pós-graduação. Estudantes de mestrado da universidade embarcam regularmente para programas de pesquisa e laboratórios nos EUA, sendo apoiados por bolsas CAPES e parcerias científicas, reforçando a integração internacional catarinense.

Uma das referências nesta busca por aprimoramento técnico via experiência internacional é Pedro Henrique da Silva Parmezani, um exemplo emblemático de excelência. Natural de São Paulo, Pedro mudou-se aos 15 anos para os Estados Unidos, onde cursou Física Aplicada e Matemática na West Virginia Wesleyan College, formando-se Magna Cum Laude com GPA 3,84. Ele conquistou prêmios como o Outstanding Physics/Engineering Award 2025 e o Senior Academic and Leadership Achievement Award, além de integrar o All-Mountain East Conference Academic Team.

“Em viagens espaciais, onde cada grama importa, descobrimos que plásticos leves podem proteger quase tanto quanto metais pesados”, compartilha Pedro, em referência à sua pesquisa sobre atenuação de radiação gama realizada com apoio da bolsa SURE.

A pesquisa dele, conduzida com técnicas que incluem isótopos como Cs-137 e Co-60, destaca-se por sua aplicação prática em áreas como saúde, segurança nuclear e exploração espacial, todos setores com demanda crescente em Santa Catarina, notadamente nas empresas de tecnologia e biociências do estado.

Essa trajetória pré-mestrado culminou na decisão de ingressar em um Mestrado em Engenharia de Sistemas nos EUA, com foco em inteligência artificial e otimização de processos. Pedro justifica a escolha:
“Minha meta é resolver problemas reais, com rigor e inovação, sempre considerando quem será beneficiado.”

A relevância dessa tendência vai além de histórias individuais. O Catarinense de 25 a 34 anos forma cerca de 20% de sua população com ensino superior completo, acima da média brasileira, segundo dados da OCDE . A crescente adoção de programas de pós-graduação internacional reflete também o investimento do estado em pesquisa e inovação, reconhecido pela OCDE como um dos sistemas educacionais mais avançados do país.

Especialistas ressaltam os benefícios dessa internacionalização para o estado. “Alunos que estudam fora retornam com formação diferenciada e fortalecem os laboratórios locais, atraem investimentos e melhoram a qualidade dos projetos conjuntos com empresas”, afirma professora da UFSC envolvida em parcerias com universidades americanas.

Nos últimos anos, o governo catarinense lançou iniciativas de apoio à pós-graduação no exterior, como bolsas complementares alinhadas ao programa Inova SC e convênios com agências internacionais. Já são diversos os mestrandos da UFSC, UDESC e Unisul que performam estágios avançados, participam de congressos globais e até lideram publicações internacionais, ameaçando transformar Santa Catarina em um centro acadêmico que compete em nível global.

Pedro, fluente em português, inglês e espanhol, também atua como vice-presidente da International Student Organization e embaixador do programa Brazilian Sports Exchange, promovendo integração entre estudantes e atletas internacionais, uma ponte entre ciência e cultura, estudo e esporte.

Sua mensagem é inspiradora para catarinenses e brasileiros que ainda sonham com a internacionalização acadêmica:

“Começar com medo é normal. O importante é não permanecer nele. Saia da zona de conforto e esteja sempre aberto a aprender.”

Com perfis como os de Pedro, Santa Catarina fortalece a própria marca como celeiro de profissionais de alta performance científica e tecnológica. E, nesse cenário, um mestrado nos Estados Unidos deixa de ser apenas um sonho distante para se tornar uma estratégia decisiva para quem quer transformar conhecimento em impacto, para o estado, o país e o mundo.